O que temos a aprender com o outro lado

Por Eneida Ludgero – Consultora da PS Treinamento Empresarial

Corporativas ou não, todas as questões da vida podem ser vistas sob os mais diversos pontos de vista e cada um deles é correto a partir de uma determinada premissa. Há sempre um outro lado em tudo e estamos a cada momento sendo chamados a tomar posições, opinar e a escolher o lado que vai guiar nossas muitas alternativas.

O lado de quem estava no gol

Mikael Roche estava feliz, emocionado, satisfeito e realizado tanto profissional quanto pessoalmente. Declarava isso a quem quer que perguntasse. A torcida o aplaudia, emocionada. Seus companheiros sentiam coisa parecida. A questão é que eles perderam e perderam feio, por 10 x 0 para ser exata. Estamos falando da seleção do Taiti, num jogo contra a Espanha. Mikael possivelmente considerou as variáveis e viu a goleada por um outro lado: a grande maioria dos jogadores profissionais do mundo não terão a oportunidade que ele havia conquistado. Nada mal para um amador.

O lado de quem torcia

Apesar das muitas boas defesas do taitiano, que comemorava cada vez que isso acontecia, a derrota por um placar elástico era inevitável. Entretanto, a torcida brasileira percebeu que os taitianos não deixaram de lutar em campo. Os torcedores, então, reconheceram o esforço e deram um apoio normalmente reservado aos vencedores. Ao mesmo tempo aplaudiu os espanhóis, igualmente empenhados em proporcionar um bom espetáculo. Do ponto de vista da torcida foi um jogão, com os dois times fazendo o máximo que podiam.

O lado de quem venceu

O Barcelona é a base da seleção espanhola. O time catalão tem um ditado: “você valoriza seu adversário se o tempo todo der o seu melhor contra ele”. É o que explica porque os espanhóis não menosprezaram um time tecnicamente inferior. Respeito ao público (que, aliás lhe era contrário), honra ao adversário e a busca incansável pela vitória.
Do ponto de vista do objetivo? Bem, estamos falando de 10 a 0.

Para saber que lado escolher

Como Mikael, considere que as experiências de vitória ou de derrota são passageiras. O realmente valoroso é entender que perdendo ou ganhando, você está exatamente onde acredita que merece.

Viva e trabalhe como se sua vida e o seu trabalho estivessem acontecendo em um estádio lotado. Que julga seus esforços e comprometimento. A torcida sabe entender uma derrota se percebe que ela foi inevitável. Apenas não esqueça que ela pode vaiar até vitórias, se considera que você poderia lhe oferecer mais alegria e empenho.

Honre seus adversários e não menospreze obstáculos: a gente também tropeça em pedras pequenas. Portanto, às vezes você pode ter a honra de jogar contra os campeões do mundo, como aconteceu com o Taiti. Lembre que para chegar à final, há muitos jogos antes. Prepare-se para todos, como fez a Espanha. Ou –lembrar é viver- ultrapassar as expectativas e ganhar, como fez o Brasil. Qualquer que seja seu lado, faça de coração. É o que funciona.

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