Hoje é impossível não associar o futuro das relações profissionais com um novo modelo de liderança, por exemplo, que atue com mais empatia e proximidade com os funcionários. Repensar novas formas de exercer esse papel é um desafio que está diretamente ligado à coragem e, consequentemente, a vulnerabilidade.
Mas como a coragem e a vulnerabilidade caminham juntas? Estamos acostumados a relacionar vulnerabilidade com fraqueza, fragilidade. Porém, é justamente ao contrário que essa dinâmica funciona, principalmente quando ligada a posições de liderança, ou trocas de experiências dentro de uma hierarquia profissional. Colocar-se em situação de vulnerabilidade, deixando com que sentimentos de mais sensibilidade fiquem expostos, é um ato de coragem. Pois mesmo que haja diferenças profissionais e a individualidade de cada, passar por cima desse medo social de parecermos fracos ou despreparados, justamente demonstra que todos possuímos adversidades e precisamos lidar com questões emocionais e sociais.
Ao aproximar-se dessas questões, um bom líder consegue demonstrar empatia e, de fato, compreender as limitações de sua equipe, respeitando as diversas formas de agir diante de determinada situação. Por muito tempo o ideal de líder esteve correlacionado ao esconder qualquer ponto fraco ou sinal de possível ruptura dessa imagem do perfeito, indestrutível, detentor de todo conhecimento.
Porém, com a evolução das relações profissionais, é cada vez mais recorrente repensar essa estrutura que, por vezes, oprime e não compreende de fato as reais necessidades de cada pessoa dentro da organização. A partir do momento em que um líder permite acessar sua vulnerabilidade, ele supera suas expectativas e experimenta novas vivências. Assim, ele consegue transmitir mais confiança ao time e passa a ter relações mais sólidas e construtivas. Isso, consequentemente, gera o fortalecimento da equipe. Passa também a agir com autocompaixão, aceitando que errar e demonstrar suas emoções não é sinal de fraqueza e sim faz parte do processo de evolução e resiliência.
Separamos três passos importantes que podem ajudar a entender a vulnerabilidade e desenvolvê-la de forma saudável e vantajosa, transformando o conceito de “saber de tudo” em “aprender de tudo”.
1. Esteja sempre aberto a aprender.
O que fará que você cresça como líder é entender que, mais do que ter as respostas rápidas e assertivas, é saber fazer as perguntas corretas. Ser sempre o detentor do conhecimento pode causar um bloqueio nos colaboradores em expressarem novas ideias e opiniões. Além disso, também vai bloqueá-lo(a) em adquirir novos conhecimentos, e passar a impressão do famoso “sabe tudo”. Por isso, é preciso trabalhar as habilidades de pensamento crítico e a própria curiosidade, que é o ponto chave da próxima dica.
2. Seja curioso.
Trabalhar a habilidade da curiosidade deve ser uma prioridade, pois nem sempre ela é algo natural da personalidade de cada indivíduo. Existem pessoas naturalmente curiosas, e pessoas que precisam ser ensinadas a como praticar essa curiosidade e aplicá-la nas diversas áreas da vida. O erro é presumir que alguém não é curioso por falta de interesse, ou por não se importar. Muitas vezes, a pessoa só não sabe como agir dessa forma.
3. Pratique a humildade.
Reconhecer que você está passível de cometer erros como qualquer ser humano, é uma atitude ousadas e admirável em uma liderança. Nem sempre é necessário ter todas as informações ou conhecimentos sobre determinado assunto.
Dessa forma, é possível entender que a vulnerabilidade age diretamente em uma liderança assertiva. Aceitar essa característica como um traço de coragem e se colocar em constante aprendizagem traz a aproximação do restante das pessoas ao seu redor pela identificação. E isso faz com que exista uma disposição muito maior para também aprender e trocar experiências.