Ansiedade: aliada ou vilã no papel da liderança?

Nunca se ouviu falar tanto em ansiedade e estresse.

O cenário atual de incertezas e instabilidade está aflorando sentimentos como o medo, a raiva e principalmente a ansiedade, aumentando, para muitas pessoas, o sofrimento emocional dentro e fora das empresas.

A chegada inesperada e avassaladora da pandemia evidenciou como o trabalho e a dedicação de anos para construir seu negócio pode, da noite para o dia, tornar-se frágil e incerto.

Diante disso, líderes se veem numa situação desafiadora, uma linha tênue entre ansiedade e medo e a sensação de responsabilidade e/ou obrigação de mostrar aos seus liderados calma, controle e otimismo diante da crise. 

E aí vem o questionamento: como liderar inspirando pessoas a darem o seu melhor e acreditarem que tudo ficará bem, quando sua mente e coração estão aterrorizados,  o medo e a ansiedade a todo vapor?

Mas, afinal, o que é ansiedade?

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM V, ansiedade é um “distúrbio que se caracteriza pela preocupação excessiva ou expectativa apreensiva.”

Porém, estudos apontam que a ansiedade, se dosada e bem gerenciada, pode nos proteger.

Em 1977, o psicólogo Rollo May escreveu: “Já não somos vítimas de tigres e mastodontes, mas da baixa autoestima, do ostracismo do grupo ou da ameaça de perder a luta competitiva. A forma da ansiedade mudou, mas a experiência permanece mais ou menos a mesma”.

Ou seja, as ameaças mudaram, mas a sensação de perigo de onde deriva o medo continua, e a ansiedade, quando bem administrada e consciente, pode ser o sinal de alerta que nos impulsiona para a ação.

Levando para o lado corporativo, essa ansiedade que ocorre diante de situações de crise pode ser favorável tanto para líderes quanto para colaboradores na criação de soluções, no engajamento e na produtividade, descobrindo respostas para problemas existentes ou soluções para prevenção de problemas futuros. 

Mas atenção! Ansiedade sem controle e em alto nível pode se tornar patológica, causando altos níveis de estresse e sintomas que podem fazer mal física e psicologicamente, como  insônia, falta de atenção, tensão muscular, perda de apetite etc.

Então, o que fazer diante desse sentimento?

  • A primeira coisa é perceber, tentar identificar o sentimento, suas reações e, de forma consciente, canalizar e administrar o que está sentindo.

Trazendo para o papel da liderança, um erro comum que ocorre é, ao perceber a ansiedade, tentar ignorar seus sintomas ou reprimi-los. Por isso, o ideal seria que,  identificando o que se sente, percebesse quais são as reações e aceitasse de forma autocompassiva.

  • A segunda etapa é nomear o que está sentindo. 

Após identificar, aceite e rotule. O fato de não tentar negar e sim trazer de forma clara e consciente te ajudará a administrar e manejar as reações. 

  • A terceira etapa é descobrir em que momento a ansiedade aparece e o porq.

Tente identificar quais são os gatilhos que desencadeiam a ansiedade e como é a sua reação diante deles. 

  • A quarta etapa é distinguir o nível da sua ansiedade. Com base na análise que realizou dos gatilhos e consequências, poderá avaliar se o nível de ansiedade pode estar te causando problemas ou se mantém de forma racional, como um estado de alerta.

Pode até soar como modismo ou mesmo utopia, mas, através de dados científicos, podemos afirmar que a chave para o enfrentamento e bemestar das pessoas está no desenvolvimento da Inteligência Emocional!

E, como todos os temas que entram em pauta e se tornam tendência, há um risco de se cair na superficialidade, acabando por diluir um tema denso, que precisa ser tratado com profundidade.

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Fonte: https://hbrbr.com.br/como-liderar-em-um-mundo-repleto-de-ansiedade/

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