Como os líderes estão lidando com os erros?

É comum que os líderes pensem quase que instintivamente em punição. Essa é uma abordagem tradicional e acredita-se que a partir dela os funcionários vão “aprender a lição” – não só os que cometeram o erro, mas também o restante da equipe, já que espera-se que utilizem o ocorrido como aprendizado.

Repense…

Emma Seppala, diretora do Centro de Pesquisas e Estudos sobre Compaixão e Altruísmo da Universidade de Stanford, alega que pesquisas recentes dizem que esse tradicional método de punição não é muito produtivo. Segundo Seppala, os estudos revelaram que a melhor resposta para esse tipo de situação é a compaixão. E mais: ter isso em mente na hora de lidar com um erro não torna o líder um “molenga”, e sim alguém que permite que seus liderados aprendam e cresçam com suas falhas, o que automaticamente os estimula a melhorar a performance e faz com que agreguem cada vez mais valor à empresa.

Entenda por que esse tipo de resposta é ideal na hora de lidar com um colaborador que cometeu um erro

A raiva corrói a lealdade – Adam Grant, professor do Wharton Business School, explicou para Seppala que quando um líder responde a um erro com raiva e frustração, ele faz com que a lealdade do colaborador diminua. Grant acredita que isso acontece devido à lei da reciprocidade. Quando um líder trata um colaborador de forma cruel e rude, esse colaborador não vai esquecer o ocorrido, e isso pode acarretar em sérios problemas na próxima vez em que o líder precisar contar com o mesmo.

Crie e mantenha confiança e lealdade – Um estudo realizado por Jonathan Haidt, professor de liderança ética da New York University’s Stern School of Business, descobriu que adotando compaixão os resultados podem ser melhores do que o esperado. Quanto mais os colaboradores percebem essas atitudes, mais leais eles se tornam. Seppala conclui que se o líder é compassivo com quem cometeu o erro, não só esse colaborador, mas todos que testemunharem tal comportamento vão ter seus sentimentos de confiança e lealdade elevados. Além disso, uma pesquisa de neuroimagem revelou que os cérebros das pessoas respondem de maneira mais positiva a líderes que as tratam com empatia do que a líderes que as tratam de maneira impiedosa.

Uma resposta irritada pode matar a criatividade – James Doty, neurocirurgião da Universidade de Stanford, alega que o estresse que alguém sofre ao ser tratado de uma maneira rude afeta negativamente o cérebro, fazendo com que as pessoas praticamente desliguem-se. Quando um indivíduo se sente ameaçado seu controle cognitivo é afetado, o que consequentemente diminui sua criatividade e produtividade. Além disso, quando o líder responde furiosamente, o liderado torna-se menos propenso a assumir riscos no futuro, por temer as possíveis consequências negativas. Ou seja, o líder acaba destruindo a cultura da experimentação, que é fundamental para que haja inovação.

Como RH, é possível tentar criar um ambiente seguro dentro da empresa, estimulando os líderes a serem mais compassivos, fazendo com que os colaboradores percebam que os erros fazem parte do processo de aprendizagem.
Em lugares onde há confiança, lealdade, criatividade, empatia e interações positivas, os trabalhadores são mais produtivos, saudáveis e felizes, gerando grandes benefícios para a empresa. Segundo Seppala, estudos alegam que a gestão compassiva gera melhorias até mesmo no atendimento aos clientes e na satisfação dos mesmos. Vale a pena estimular essa nova abordagem!

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